sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Estado Brasileiro e a Educação das Nossas Crianças


A recente decisão do Governo Federal de propor uma lei que proíbe palmadas e beliscões de caráter ``educativo´´ nas crianças gerou bastante polêmica. Evidentemente, sou contra o espancamento de crianças e adolescentes, mas acredito que tal lei não contribuirá em nada para a melhoria da educação das nossas crianças.

O que o governo parece não entender é que educar é uma tarefa bastante complexa. Como evitar que um pai ou uma mãe nunca perca a paciência com o seu filho? Como impedir aqueles momentos de raiva?
Mas ainda há outro problema no tal projeto de lei: como policiar pais de todo o Brasil? Como fiscalizar o país inteiro? Será que as pessoas vão denunciar todo e qualquer pai ou mãe que esteja dando uma palmadinha em uma criança? Acho que não.

Ainda há o fato de que eventuais denúncias certamente irão provocar uma enxurrada de processos no poder judiciário, poder esse que mal consegue dar conta da atual infinidade de processos já existentes.

Se o governo realmente estivesse preocupado com a educação de nossas crianças, ele estaria investindo pesado na educação pública, do nível básico ao superior. O governo deveria combater o sucateamento das nossas escolas, a violência nas cidades, o tráfico de drogas e a baixa valorização do professor. O governo deveria também investir em políticas públicas consistentes de planejamento familiar, com o intuito de combater o esfacelamento da instituição familiar, processo visível nos nossos dias e que prejudica a formação das nossas crianças.

A nossa sociedade tem procurado construir um modelo de educação baseado no diálogo e na liberdade, mas tem deixado de lado dois princípios importantes: disciplina e respeito. Uma palmada pode sim mostrar à criança que há uma autoridade dentro de casa, autoridade a quem ela deve obediência. Afinal de contas, crianças e adolescentes possuem direitos, mas também deveres, não é verdade? A educação das nossas crianças não deve ser frouxa, mas firme, não deixando de lado, é claro, o amor, o carinho e a paciência.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Apontamentos sobre o Triângulo Music 2010

Nos últimos anos, o Triângulo Music se consolidou como um dos maiores eventos da cidade de Uberlândia (MG). Marketing forte, atrações de destaque no cenário nacional e grande público fizeram o festival realizado no estádio do Parque do Sabiá se transformar em um dos grandes eventos de Minas Gerais e do Brasil.
Mas a edição de 2010, edição que será realizada no mês de setembro (dias 24 e 25), tem uma programação que deixa a desejar. Se na primeira edição (realizada em 2005) o festival se voltou para o pop e o rock nacionais, a edição deste ano realmente abriu as porteiras para ``todas as tribos´´, tal como prega o slogan do festival, dando prosseguimento a um processo observado com a sucessão das edições. Cláudia Leitte, Hori, João Bosco & Vinícius, Jota Quest, Ivete Sangalo, Victor & Leo, NX Zero, Restart e duas bandas a serem escolhidas por meio de um concurso serão as atrações do festival neste ano.
Para quem acompanhou as edições anteriores, fica visível a invasão crescente do axé, do sertanejo e das bandas ``emo´´. Não tenho nada contra os referidos estilos musicais, cada um ouve o que quer. Mas o fato é que o Triângulo Music 2010 não terá nada de singular em relação a outros eventos da região. Afinal de contas, essa região do país (triângulo mineiro, oeste de São Paulo, interior de Goiás etc.) já oferece muitas opções de eventos com estes estilos musicais, principalmente o sertanejo.
Na minha opinião, faltam atrações de rock na edição de 2010. ``Mas o Hori, o NX Zero e o Resart não são bandas de rock?´´, você deve estar pensando. Honestamente, não considero essas bandas como bandas de rock, são apenas bandas ``emo´´ que não fazem um som de boa qualidade. O Hori é liderado pelo ``filho do Fábio Jr.´´, também chamado de Fiuk, um jovem de rostinho bonitinho que não canta bem. O som do NX Zero também é bem inferior ao que é feito por outros artistas e bandas nacionais. Já o Restart parece-me uma banda pré fabricada, sem identidade e nem personalidade, apenas fazendo sucesso com o seu visual fashion e super colorido.
Sinto falta de bandas como Skank, O Rappa, Os Paralamas do Sucesso e outras que eu poderia citar. Um festival com bandas de rock de boa qualidade seria muito mais interessante aqui no meio do cerrado. Assim como seria interassante também um festival mais aberto a artistas da nova MPB, como Vander Lee.
Porém, não sou ingênuo, sei que o Triângulo Music tem como único objetivo lucrar. Como o que dá lucro no Brasil são músicas do momento, canções que arrebentam nas paradas de sucesso, ainda que não tenham grande qualidade musical e poética, o Triângulo Music 2010 será recheado desse tipo de música. A garotada e os organizadores podem até gostar, mas acho que merecíamos um festival com uma melhor qualidade musical.