tag:blogger.com,1999:blog-28979497085097251442024-03-22T00:04:05.298-03:00Blog de Rodrigo Francisco DiasRodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.comBlogger37125tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-12439582642737074732018-04-16T19:17:00.000-03:002018-04-16T19:17:26.331-03:00Meu Vô Chico sempre comigo!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIGLeQYn0GIGUCjzRUqTsfI_6wFtiBjcC31TJ0IxK-vpVmNhZfvv592iYitMXd0cenD0GMGCCtsgqPboHcRUT3nTHFI4HbbVYUnWp1Y3HBqMNqK_tyeo40GRnZwDG4cABg8V5mCFIIrwkc/s1600/V%25C3%25B4+Chico+8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="899" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIGLeQYn0GIGUCjzRUqTsfI_6wFtiBjcC31TJ0IxK-vpVmNhZfvv592iYitMXd0cenD0GMGCCtsgqPboHcRUT3nTHFI4HbbVYUnWp1Y3HBqMNqK_tyeo40GRnZwDG4cABg8V5mCFIIrwkc/s400/V%25C3%25B4+Chico+8.jpg" width="223" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Apesar de sabermos, desde pequenos, que um dia
todos nós morreremos, é difícil estar preparado para a morte de alguém que
amamos muito. Ao longo da vida criamos uma ilusão segundo a qual as outras
pessoas são nossas: gostamos de dizer “o meu pai”, “a minha mãe”, “os meus avós”,
“os meus filhos”, “a minha esposa”, etc. Mas as outras pessoas não nos
pertencem, elas não são, de fato, “nossas”. Cada ser humano chega a este mundo,
convive com os outros, constrói relações, passa por várias experiências e, após
algum tempo, falece. Não há nada que se possa fazer em relação a isso. Quando
alguém que amamos deixa este mundo, nós sofremos porque nos damos conta da
ilusão sob a qual vivíamos. Finalmente percebemos que aquela pessoa não era uma
propriedade nossa e que, aceitemos o fato ou não, o tempo dela neste mundo
chegou ao fim.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Quando eu era criança, o meu Vô Chico era para
mim o homem mais incrível do mundo. Mesmo estando na terceira idade e sendo
aposentado, ele ainda continuou trabalhando durante vários anos como jardineiro,
em Monte Carmelo-</span><span style="line-height: 115%;">MG. O trabalho era para ele uma das coisas mais importantes da
vida. O meu avô era um homem muito forte, e todos se impressionavam com o fato
de que ele conseguia fazer coisas que mesmo os mais jovens não davam conta.
Honesto, alegre e humilde, meu avô se dava muito bem com todo mundo e, não por
acaso, ele conquistou a admiração e o respeito de muitas pessoas na cidade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Duas pequenas histórias ajudam a dar a dimensão
da grandeza do meu avô. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando trabalhava como jardineiro, era comum
que ele passasse boa parte do dia fora, às vezes atendendo até mais de uma
casa. Por isso, ele costumava levar algum dinheiro no bolso para o caso de precisar
comprar algo para comer durante o dia, pois nem sempre os proprietários das
casas lhe forneciam o almoço. Mas em várias oportunidades, ao estar andando
pelas ruas e se deparar com alguma pessoa pedindo dinheiro, o meu avô logo
tirava o que estava carregando no bolso e dava para a pessoa. E fazendo isso,
não era raro que ele passasse o dia todo sem comer, afinal, os “patrões”
geralmente só o pagavam pelo trabalho ao final do dia. E mesmo ficando sem
comer, ele se sentia alimentado depois de realizar a boa ação: “Eu nunca senti
fome depois de ajudar uma pessoa na rua”, ele me contou várias vezes.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">O meu avô tinha o coração do tamanho do
universo. Durante as minhas últimas férias em Monte Carmelo, nós estávamos
conversando sobre diversos assuntos quando, de repente, começamos a falar sobre
os problemas sociais existentes no mundo e a questão da pobreza. Em um dado
momento, ele me olhou fixamente nos olhos e disse: “Por que será que tem tanta
gente passando fome no mundo? Eu fico numa dó desse povo, sabe, Rodrigo... Das
crianças principalmente. Por que será que o mundo tem que ser desse jeito?”. E
naquele momento, os olhos dele se encheram d’água, tamanha a sua tristeza em
relação ao problema da desigualdade social. Para alguém tão generoso e que
sempre estava disposto a ajudar os outros, era difícil para ele compreender o
porquê de alguns homens viverem com muito enquanto muita gente vivia com tão pouco.
Meu avô simplesmente não conseguia entender as razões de existir tanta ganância
e egoísmo em nosso planeta.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu poderia ficar aqui recordando várias outras
histórias a respeito do meu avô. Mas acho que os fatos narrados acima já são
suficientes para mostrar o quanto ele era um homem bom, de coração puro e cheio
de generosidade. Meu Vô Chico foi o ser humano mais iluminado que eu conheci e,
embora eu soubesse que um dia ele iria falecer, a minha mente sempre se recusou
a pensar demais no assunto, como se no fundo eu acreditasse que o meu avô
pudesse, como que por algum milagre, viver para sempre com todos nós aqui na Terra. É
verdade que, nos últimos anos, ao perceber que o meu avô estava envelhecendo e
ficando com a saúde mais frágil, eu comecei a me dar conta de que, mais dia
menos dia, eu teria que lidar com a notícia da sua morte. De qualquer maneira,
foi impossível me preparar totalmente para isso. A ilusão teimava em continuar
existindo, como normalmente acontece com a maioria das pessoas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Hoje completou um mês que o meu Vô Chico
faleceu. No último dia 16 de março, chegou ao fim a ilusão de que o meu avô “me
pertencia”. Após cumprir sua jornada na Terra, ele foi chamado de volta aos
braços do Pai. Sua partida deixou um buraco enorme no meu coração, e para
sempre terei que lidar com a saudade que vou sentir dele, isto é um fato. Mas
passados alguns dias de sua morte, tenho pensado muito sobre a sua vida e sobre
os exemplos que ele deixou para todos nós. Tenho refletido muito sobre tudo
isso e cheguei à conclusão de que não há motivos para eu ficar triste. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Não, não pode haver tristeza quando o assunto é
o meu Vô Chico. Este é um sentimento absolutamente incompatível com a beleza do
seu sorriso, o seu inesquecível sorriso que ficará para sempre em minha
memória. Não posso ficar triste com sua morte porque, em minha Fé, eu sei que
ele está em um lugar muito bonito agora, um lugar bem melhor que este mundo em
que vivemos. O que morreu foi o seu corpo físico, não o seu espírito. A alma de
meu avô vive e descansa em paz agora. Quando fecho os olhos, consigo ver
perfeitamente o meu avô caminhando por um lugar repleto de flores e árvores,
com pássaros cantando e muito verde ao redor. Neste lugar, eu sei que meu avô
pode caminhar o quanto quiser, afinal, suas pernas não doerão mais, a fadiga
não o incomodará novamente e seus pulmões não ficarão sem ar, pois estes problemas que o
incomodavam tanto em seus últimos anos de vida terrena agora não podem mais alcançá-lo. O meu avô está livre de qualquer limitação terrena. Eu gosto de imaginar as
coisas dessa forma, e encarar a morte de meu avô desta maneira tem me dado
muitas forças. A certeza de que ele está em um lugar melhor agora acalma o meu
coração. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">O meu avô está bem, eu sei disso!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">E se ele está bem, não há motivos, portanto, para ficar
triste. A saudade sim é algo inevitável, que continuará machucando um bocado o
meu coração durante muito tempo, mas não sinto que eu deva ficar triste por
causa da morte do meu avô. Afinal, não há agora sequer barreiras físicas entre
mim e ele. Se antes eu tinha que viajar pouco mais de cem quilômetros para
vê-lo e sentir sua presença, agora, eu sinto que em espírito o meu avô está
sempre comigo. Este sentimento me conforta e me dá forças para seguir em
frente. Deus foi bom comigo ao permitir que eu pudesse conviver com o meu avô
por muitos anos, e Deus continua sendo bom comigo ao me proporcionar a sensação
de que o meu avô permanece ao meu lado. Por tudo isso, eu sou grato a Deus e
não me sinto no direito de ficar triste.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Nestes últimos dias, tenho me lembrado muito de
algo que o escritor Guimarães Rosa uma vez escreveu: “Deus nos dá pessoas e
coisas, para aprendermos a alegria... Depois, retoma coisas e pessoas para
ver se já somos capazes da alegria sozinhos... Essa... a alegria que ele quer.”
O que aprendi com essas palavras é que a ausência física do meu avô pode até me
fazer sentir saudade, mas nunca pode me deixar triste, pois eu sei que uma das
coisas que meu avô mais gostava era ver seus familiares alegres e sorrindo. Assim,
espero continuar tendo forças para seguir sorrindo e alegre, afinal, creio que
Deus e meu avô ficarão contentes com isso.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Termino este texto com uns versos que eu mesmo
escrevi há alguns dias atrás. Eles sintetizam bem o fato de que, se por um lado
a morte nos afasta fisicamente daqueles que amamos, por outro lado o amor e a
memória permitem que aqueles que amamos sempre estejam conosco. Ter meu avô
sempre comigo é uma dádiva, o mais bonito de todos os presentes. E novamente,
sou grato a Deus por isso...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">“Quando você que eu tanto amava<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Neste mundo vivia<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Se perto de você eu estava<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A sua presença eu sentia.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Agora você que eu ainda amo<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Neste mundo não mais está<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas posso sentir sua presença comigo<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Sempre, em qualquer lugar.”<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Uberlândia-MG, 16 de abril de 2018<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-33503816959076754202017-01-22T22:36:00.001-02:002017-01-22T22:42:09.900-02:00Minha Vó Nega...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDKtzFt2cuGOT1wNl_DNmp4EP4sh3ujWxJD39GgLUzQrQf3COfgy66xQyht16n_xvsThyFL1YX5D_UnLB-W5MXrD0ZDPA5BFvgSpOyd7NqcLCndC_wDVe54foC_CMZMMHGbYOp10dILurr/s1600/Niver+V%25C3%25B3+Nega+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDKtzFt2cuGOT1wNl_DNmp4EP4sh3ujWxJD39GgLUzQrQf3COfgy66xQyht16n_xvsThyFL1YX5D_UnLB-W5MXrD0ZDPA5BFvgSpOyd7NqcLCndC_wDVe54foC_CMZMMHGbYOp10dILurr/s320/Niver+V%25C3%25B3+Nega+2.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ontem, dia 21 de janeiro, minha Vó Nega completou 78 anos de idade. Uma vida longa e que foi repleta até aqui de muitos desafios. Minha avó, como vocês podem imaginar, não nasceu "Nega", mas sim "Brasilina", o seu verdadeiro nome. De qualquer forma, ela é mais conhecida pelo apelido e, para mim, desde pequeno, ela sempre foi simplesmente a "Vó Nega".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Falar da minha avó é falar de uma mulher forte. Ela não teve uma vida fácil e foi com bastante luta que conseguiu criar os sete filhos ao lado do meu avô. É preciso lembrar que há algumas poucas décadas atrás, as pessoas não tinham certas comodidades que nos dias de hoje são tão corriqueiras. Disk-entrega? Isso não existia. Viajar para um lugar distante? Não era tão simples, já que o acesso a meios de transporte tinha as suas limitações. Comprar carne já devidamente cortada no açougue? Nem sempre, pois há algum tempo atrás se matava o animal - uma galinha, por exemplo - no quintal de casa mesmo, tinha que sujar as mãos para fazer o serviço. E o que mais... televisão, quando havia, só com poucos canais e a imagem era bem ruim - alguém tinha que mexer na antena lá fora até alguém gritar de dentro de casa para avisar que a imagem da TV tinha melhorado. Telefone celular? Não havia. Rua asfaltada na porta de casa? Este luxo só veio com o tempo, e antes disso as pessoas tinham que encarar a poeira e o barro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A vida moderna trouxe alguns pequenos confortos. Não para todo mundo, é verdade, pois ainda hoje há pessoas que vivem sob condições sofríveis de vida. Porém, o que eu estou querendo dizer é que, ao longo de quase oitenta anos, minha avó - ao lado do meu avô, do meu pai e dos meus tios - teve que enfrentar uma realidade muito diferente da atual, com desafios complexos e muitas dificuldades que os mais jovens de hoje talvez nem imaginam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Minha Vó Nega teve que se desdobrar para encarar as intempéries da vida. A ordem natural das coisas foi invertida, e ela teve que vivenciar uma terrível perda para qualquer mãe: a morte de um filho. O meu pai morreu muito jovem, e eu sei que passar por isso não foi fácil para a minha avó. Quando eu era criança e o assunto da morte do meu pai era abordado em alguma conversa, o seu olhar e a sua fisionomia sempre mudavam. Quem de nós poderá dimensionar o tamanho dessa dor? Provavelmente, ninguém além de Deus.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ainda assim, desde a infância, a minha avó me surpreendeu por sua força e sua determinação. Procurava cuidar de tudo e de todos. Muito atenta, poucas coisas escapavam aos seus olhos e aos seus ouvidos. Dona de uma sinceridade e de um senso de humor por vezes ácido - o que, devo dizer, sempre foi algo que me agradou muito nela -, minha Vó Nega nunca foi de ter papas na língua e nunca perdeu a oportunidade de fazer uma graça, contar um causo engraçado ou tecer algum inesperado comentário sobre uma celebridade da TV. Certa vez, quando assistíamos juntos a um telejornal, ela elogiou a beleza do apresentador da seguinte maneira: "Esse Evaristo Costa é bonito demais, um pão... Nossa, acho que até o c* dele deve ser bonito!". E depois de falar já começava a rir deliciosamente no sofá da sala. Que divertido era e ainda é ouvir esses comentários feitos por ela! Minha Vó Nega sempre foi uma grande figura, e isto é algo que ninguém pode mudar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ela também é dona de uma grande sabedoria. Quantas vezes eu já tive a oportunidade de conversar com ela por longas e longas horas, nais quais sempre pude aprender muito sobre as coisas da vida. Minha avó é uma pessoa que sabe falar e ouvir, e com ela dá para conversar sobre religião, finanças, política, telenovelas, família, atualidades, culinária, etc. Dona Nega sempre está pronta para uma boa conversa, mas ela gosta de deixar bem claro: não suporta "PR", ou seja, alguém com o "papo ruim". Foi em uma de nossas conversas que ela me disse algo que nunca vou esquecer: "Quem não vive para servir, não serve para viver". Penso que a lição mais importante que ela me ensinou foi exatamente esta de tentar fazer o bem às pessoas, mesmo que tais pessoas não tenham sido boas conosco. Sim, uma lição difícil de aprender e de colocar em prática, mas uma lição extremamente importante.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Falar da minha Vó Nega é me recordar de algumas das melhores coisas da infância: o futebol na rua Minas Gerais perto da casa dela, os bolinhos de chuva, o dinheiro para ir à sorveteria, as tardes gostosas em época de férias na "casa da vó". Falar da minha avó é falar de alguém que soube enfrentar com firmeza os dissabores da vida e que sempre procurou fazer as coisas da maneira certa, com honestidade e integridade. Falar da minha avó é falar de uma pessoa que é exemplo de resistência e força, um exemplo sempre útil para os momentos difíceis da vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Durante a minha infância, eu confesso que pensava que ela seria eterna. Os anos passados e a vida adulta me mostraram, porém, que o tempo age sobre todas as pessoas. Hoje, quando a vejo em sua casa, com os movimentos lentos, a respiração cada vez mais pesada, a dificuldade para se levantar e as marcas do tempo em seu rosto, não há como não pensar neste destino de todos nós que é o envelhecimento. </span><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Minha Vó Nega quase sempre fala, desde que eu me entendo por gente, dos seus problemas de saúde e de como acha que "vai morrer em breve". É algo dela. E eu, como neto, gosto de responder que ela está errada e que vai viver muitos e muitos anos ainda. Respondo dessa forma porque é o que eu realmente desejo, do fundo do meu coração. Quero que ela viva ainda muitos e muitos anos para além destes 78 que ela completou ontem. E isto não é algo que eu apenas "quero" que aconteça, mas que também "sei" que é o que vai acontecer! Porque pessoas como a minha Vó Nega são para sempre, para a eternidade. Porque pessoas como ela sempre deixam a sua marca em nós, seus filhos e netos, pelo seu exemplo e pelos seus ensinamentos. Vó Nega é dessas pessoas que ficam sempre com a gente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Por tudo isso, só posso dizer: vida longa à Dona Nega! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Parabéns, Vó!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nós te amamos!</span></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-39459600079513105192017-01-18T19:29:00.000-02:002017-01-18T19:29:01.085-02:00Quando me perguntam se eu acredito em Deus...<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando me perguntam se eu acredito em Deus, tem uma história que aconteceu comigo e que eu sempre gosto de lembrar...</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Na época em que eu fazia o Curso de Graduação em História no período noturno, há alguns anos atrás, eu ia embora da faculdade sempre a pé. Foram mais de quatro anos fazendo isso. Eu saía da UFU e caminhava até a minha casa no bairro Aparecida. A noite oferecia os seus perigos, é claro, mas não tinha outro jeito, então eu precisava encarar aquela caminhada noturna. Uma vez, indo embora para a minha casa, passando perto da agência da Caixa Econômica e da Curinga Veículos, ali na Avenida Rondon Pacheco, cansado depois de um dia todo estudando na UFU, e suportando o frio que fazia naquela noite, eis que me deparo com um assaltante!</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu me lembro que era um cara jovem e, como dava para perceber, ele estava visivelmente "alterado", provavelmente em função do uso de alguma droga. Surgiu quase que do nada, perguntou onde estava o meu celular e se eu tinha dinheiro. Agora, tentem entender a minha situação naquele momento... Durante a minha faculdade, eu não trabalhava, e a única fonte de renda que eu tinha era uma tímida bolsa de Iniciação Científica (era por participar de um projeto de pesquisa que eu ficava o dia todo na UFU de vez em quando). Naquele dia, mais cedo, eu tinha gastado quase todo o meu dinheiro com umas xerox de uns textos para as disciplinas que eu cursava. Quanto ao celular, o mesmo tinha ficado em casa recarregando a bateria (e o aparelho estava sem créditos, então, eu não o tinha levado comigo para a universidade naquele dia). Na minha carteira, havia apenas a notável quantidade de dois reais e alguns centavos que tinham sobrado após um dia todo na UFU. Numa situação assim, eu só conseguia pensar que o cara ia me matar. "Pronto, esse maluco vai ficar grilado pelo fato de eu não ter muita coisa e vai estourar os meus miolos. Não é possível que eu vou acabar desse jeito", pensei.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Já passei por muitas dificuldades na vida, mas posso dizer a vocês que ter uma arma de fogo apontada para mim foi certamente uma das piores experiências que já tive. E o pior era que o assaltante estava muito, mas muito alterado, praticamente fora de si, o que aumentava ainda mais o meu medo de morrer ali mesmo.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">E no entanto, embora o medo fosse grande e, por dentro, eu estivesse completamente apavorado, por mais incrível que pareça, eu consegui demonstrar calma naquela hora. Minhas mãos não tremeram e eu sequer gaguejei. Conversei com o ladrão sobre o porquê de eu ter tão pouco dinheiro naquele momento. Ele abriu a minha mochila, viu o meu caderno e os textos da faculdade, depois olhou pra mim e me disse umas coisas que, sinceramente, eu nem consigo me lembrar. No final, ele levou o meu pouco dinheiro e também a minha blusa, pois fazia frio na hora. Tomou o seu caminho e não me atormentou mais. Não houve nenhum tipo de agressão física. Sobrevivi ao assalto e, o que é melhor, fisicamente ileso.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A sensação de estar "por um fio" é horrível. Mas alguma coisa naquela hora me deu forças para demonstrar calma, mesmo eu estando tenso por dentro. Alguma coisa ali me ajudou a não fazer nenhum tipo de movimento brusco. Sim, eu gosto de pensar que teve algo ali que também não permitiu que o assaltante puxasse o gatilho da arma. Foi um momento complicado? Sim! Mas mesmo naquela hora em que tudo poderia dar errado, as coisas acabaram dando certo.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Desde então, eu gosto de pensar que Deus é aquele punhado de boa sorte que nós temos em um momento de azar. Deus às vezes tem um modo estranho de agir, e nem sempre conseguimos compreender a Sua vontade. Mas Ele está sempre ali, nos detalhes. Não acho que Ele interfira sempre em tudo, mas quando Ele age, ah, acontecem coisas que a gente nem acredita!</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; margin-top: 6px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Sim, eu acredito em Deus!</span></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-26173333327569642332015-03-27T16:44:00.001-03:002015-03-27T16:44:20.907-03:00Sobre a “imparcialidade” da imprensa<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Nos últimos meses, as publicações de teor político se multiplicaram nas redes sociais, onde as pessoas se manifestam a favor ou contra o governo. As postagens no Facebook dialogam com o conteúdo veiculado pela imprensa. Enquanto algumas pessoas simplesmente reproduzem as informações transmitidas pelos veículos de comunicação, outras acusam a grande mídia de “tomar partido” nos debates políticos. Mas é possível existir imparcialidade na imprensa?</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Analisemos a forma padrão dos telejornais. Atrás de uma bancada, bem vestidos e, na maior parte das vezes, com expressão séria estão os âncoras. Uma reportagem é chamada e há um corte para o repórter que está em algum local, realizando a sua matéria. O repórter está fora do estúdio para confirmar “in loco” o que foi anunciado na bancada. O telespectador raramente é informado da real localização do estúdio de gravação do telejornal. É como se os apresentadores estivessem em um ambiente neutro, afastado da realidade. Parece não haver dúvida: as informações são transmitidas de maneira imparcial.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Todavia, por trás dessa aparente neutralidade, sempre há uma posição política sendo assumida. A ordem em que as matérias são exibidas, a duração de cada reportagem, as notícias que não são divulgadas e os adjetivos usados nas falas dos apresentadores e dos repórteres não são aspectos definidos de maneira inocente pelos editores do telejornal. O mesmo vale para as revistas, os jornais impressos e os sites de notícias. Aquele que transmite informações pela mídia nunca pode apagar completamente o seu ponto de vista ou o ponto de vista da corporação para a qual trabalha, seja ele favorável ou crítico ao governo.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">“Mas a imprensa não pode mentir, senão o jornalista será processado por calúnia e difamação”, dizem alguns. É claro que o jornalismo feito com responsabilidade tomará certos cuidados antes de veicular uma informação. Contudo, é preciso que não sejamos ingênuos, pois existem muitas formas de se contar uma mesma “verdade”, e cada uma delas é carregada de intenções.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">O fato de a imprensa “tomar partido” não me amedronta. Isso é normal e, em uma democracia, é até bom que seja assim. O que realmente me assusta é a falta de capacidade crítica de muitos leitores e telespectadores que acreditam em tudo o que é veiculado pela mídia.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>(Texto originalmente publicado na Coluna do NEHAC do Jornal Correio de Uberlândia no dia 27 de março de 2015.)</b></span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-59647132663666737232015-03-20T16:56:00.000-03:002015-03-20T16:56:09.130-03:00MacGyver<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A vida muitas vezes nos coloca em situações difíceis, das quais parece não haver saída. E o que fazemos quando nos deparamos com determinados obstáculos, quando nos vemos presos em certas armadilhas? Como reagimos em situações complicadas? Acredito que pensar sobre tais questões é importante, ainda mais quando se vive em um mundo tão desafiador como o nosso.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Gosto de lembrar sempre o seriado “MacGyver” (também chamado de “Profissão: Perigo”), que surgiu na TV americana nos anos 1980 e, tempos depois, chegou ao Brasil. O seu protagonista era o agente Angus MacGyver (Richard Dean Anderson), um homem extremamente inteligente, capaz de encontrar a solução para os mais variados problemas. Algo que eu gostava em “MacGyver” eram as ferramentas criadas pelo personagem principal para conseguir escapar de alguma armadilha ou de um lugar perigoso, tais como as famosas bombas com chiclete.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Todavia, não era a inteligência do personagem o que mais me chamava a atenção, mas a forma como ele lidava com as situações mais tensas. Antes de fazer qualquer coisa, MacGyver procurava se manter calmo. Não importava o tamanho do perigo, ele se mantinha bastante sereno, sempre disposto a pensar antes de agir. Outra característica interessante do personagem era o fato de que ele não perdia tempo reclamando da falta de determinada ferramenta. MacGyver sempre preferia olhar para o que ele tinha ao alcance de suas mãos e trabalhava com sua criatividade em cima dos recursos disponíveis.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Não importa que certos mecanismos criados por MacGyver desafiem a imaginação do espectador. O fato é que a postura do protagonista diante das dificuldades e dos perigos é inspiradora. Quanta energia não devemos perder quando nos descabelamos diante de determinados problemas? E aonde tal desespero nos leva? Normalmente, a lugar nenhum. Já parou para pensar no tempo que você perde quando fica só reclamando ao dizer coisas como, “Mas eu não consigo fazer isso porque eu não tenho os materiais necessários”? E enquanto ficamos sem ação, os problemas vão só aumentando…</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Ao longo da vida, aprendi que reclamações excessivas e desespero sem limites não adiantam nada. Em um mundo, muitas vezes hostil, é preciso olhar ao redor e valorizar os recursos disponíveis, manter a calma e usar a criatividade, afinal, a solução para nossos problemas pode estar mais perto do que pensamos.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Que sejamos um pouquinho como MacGyver!</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>(Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 11 de julho de 2014.)</b></span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px;">
<br /></div>
</div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-35585926050913369142015-03-20T16:53:00.002-03:002015-03-20T16:53:58.330-03:00Sobre "Pão e Circo"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A Copa do Mundo de 2014, que está acontecendo no Brasil, tem sido tema de uma série de debates na imprensa, nas rodas de amigos e nas redes sociais, onde observa-se algumas críticas ao torneio, sobretudo em relação aos exorbitantes gastos com a competição.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Entre os que criticam a Copa do Mundo é comum percebermos o uso da expressão “pão e circo” para classificar o evento, que é visto por essa perspectiva como um meio de o governo brasileiro entreter o povo e fazer com que as pessoas se esqueçam dos problemas do nosso país. Ora, a ideia de “pão e circo” nos remete, entre outras coisas, aos espetáculos que ocorriam na Roma antiga onde o público assistia aos combates entre gladiadores. Nos livros didáticos e no senso comum, tais espetáculos são geralmente vistos como uma eficaz estratégia dos detentores do poder para entreter a massa popular de Roma. Assim, quando aqueles que criticam a Copa do Mundo no Brasil a rotulam como “pão e circo” é justamente essa imagem cristalizada na memória coletiva acerca das lutas de gladiadores que é retomada.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Todavia, quando se estuda aqueles espetáculos antigos, encontra-se elementos que nos permitem repensar tal noção de “pão e circo”. No livro “Gladiadores na Roma Antiga: dos combates às paixões cotidianas” (2005), a historiadora brasileira Renata Senna Garraffoni nos mostra como foi construída ao longo do tempo essa imagem dos combates entre gladiadores como um meio usado pelas elites para divertir e manter sob controle a massa popular ociosa romana.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A partir disso, a autora se esforça para demonstrar a complexidade que envolvia aqueles eventos. Por meio de uma ampla pesquisa documental, Garraffoni concentra seu estudo na figura dos gladiadores, na organização das lutas, nos diversos atores sociais envolvidos no processo, etc. Mais que isso, a autora apresenta um dado desconhecido por muitos: o público que assistia àquelas lutas não era homogêneo, nem passivo, mas formado por pessoas de distintas origens e que até se manifestavam politicamente nas arquibancadas das arenas.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Como se vê, a ideia cristalizada de “pão e circo” presente no senso comum sobre as lutas de gladiadores na Roma antiga não nos permite vislumbrar a complexidade daqueles espetáculos. Aqui fica uma pergunta: se as lutas de gladiadores eram um fenômeno tão complexo, o que dizer então da Copa do Mundo dos dias de hoje? Penso que críticas ao evento da Fifa devem, sim, ser feitas, mas usar a expressão “pão e circo” sem uma reflexão mais aprofundada sobre a sua história e sobre os seus significados não me parece ser um caminho interessante.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>(Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 27 de junho de 2014.)</b></span></div>
</div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-50357505303938995262015-03-20T16:50:00.003-03:002015-03-20T16:50:50.011-03:00"Colheita Maldita"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Talvez você já tenha se perguntado: e se o mundo fosse governado por crianças? Eu mesmo já me fiz essa pergunta quando era pequeno e a imagem de um mundo melhor veio à minha cabeça. Contudo, uma perspectiva bem diferente acerca de tal questão me foi apresentada no início da adolescência pelo filme “A colheita maldita” (1984, direção de Fritz Kiersch).</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">No filme, uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos passa a ser controlada por crianças e adolescentes. Baseado em um conto do escritor norte-americano Stephen King, “A colheita maldita” elabora uma imagem bastante negativa de uma sociedade governada por crianças. Com elas no comando, a cidade se vê entregue à violência, ao terror e aos caprichos dos mais jovens que, aliás, chegam a matar os próprios pais. A obra até explica que aqueles meninos e meninas estão sob o domínio de uma força sobrenatural maligna, mas, ainda assim, a imagem que se tem das personagens infantis e adolescentes é de pessoas mimadas. Segundo o filme, não há um mundo melhor com as crianças no poder, mas justamente o contrário: um cenário de completo horror.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Guardadas as devidas proporções, o fato é que essa obra de ficção me faz pensar na educação de nossas crianças e de nossos jovens atualmente. O que se tem visto em muitas famílias brasileiras são pais e mães completamente dominados pelos filhos. Talvez como uma compensação pelo longo período passado fora de casa, no trabalho, muitos pais têm dado a seus filhos uma educação bastante permissiva, impondo poucos limites às vontades das crianças ou até mesmo nenhum. Não por acaso, psicólogos têm usado o termo “infantocracia” exatamente para descrever a situação na qual os filhos governam os pais e mandam em casa. As crianças estão assumindo o controle em muitos lares.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Não creio que essa seja uma boa forma de plantar um futuro melhor para a nossa sociedade. De fato, alguns frutos dessa verdadeira “colheita maldita” já podem ser vistos cotidianamente: crianças e adolescentes que não sabem ouvir um “não” e que ficam extremamente tristes ou irritados quando a vida coloca uma frustração em seu caminho, muitas vezes respondendo até com violência às decepções.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Lutar contra tal processo é uma tarefa da qual os pais não devem fugir. Afinal, uma boa educação não se faz apenas com colégios caros, conforto, amor, diálogo e muito carinho, mas também com limites. As crianças não devem crescer pensando que podem fazer tudo o que querem.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>(Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 25 de abril de 2014.)</b></span></div>
</div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-52866116907204658992015-03-20T16:46:00.004-03:002015-03-20T16:46:46.392-03:00Biblioteca Escolar<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Há algumas semanas um amigo publicou no Facebook uma estatística que me fez pensar no hábito da leitura e na minha relação pessoal com os livros. Segundo a postagem, “87% dos não leitores nunca foram presenteados com livros na infância”. Ao me deparar com tal informação foi impossível não rememorar a minha trajetória pessoal.</span></div>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="background-color: white;"><div style="text-align: justify;">
Pois bem, nunca ganhei um livro sequer na minha infância e devo dizer que os estímulos à leitura eram bastante raros naquele período de minha vida. E, no entanto, eu desenvolvi uma verdadeira paixão pela leitura, de modo que hoje os livros fazem parte do meu cotidiano de maneira bastante intensa. Com efeito, creio que o surgimento do hábito da leitura não depende apenas do fato de se ganhar livros, afinal, a própria pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” (2011), de onde a estatística que citamos no início deste texto foi tirada, informa que 60% dos leitores também nunca foram presenteados com livros.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="background-color: white;"><div style="text-align: justify;">
Como se vê, o fato de não ganhar livros não impede totalmente que o gosto pela leitura apareça. Mas, se o estímulo a esse hábito tão importante não vem de casa e nem dos amigos, de onde ele pode vir? É aqui que rememoro a minha trajetória pessoal. No meu caso, ler tornou-se um hábito a partir de 1999, quando fui estudar na Escola Estadual Professor Vicente Lopes Perez, situada na cidade de Monte Carmelo (MG). Naquele colégio, conhecido por “Polivalente”, havia uma bem organizada biblioteca escolar localizada em um ponto estratégico e que contava com bibliotecárias atenciosas. Aquele era um lugar confortável para se estar, que convidava o aluno a entrar e o estimulava a explorar o acervo de livros ali existente.</div>
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<br /></div>
<span style="background-color: white;"><div style="text-align: justify;">
Penso que este deve ser um exemplo para as bibliotecas de nossas escolas hoje. A biblioteca escolar precisa ser um lugar capaz de atrair o aluno. Infelizmente, em muitos de nossos estabelecimentos de ensino, estes espaços estão escondidos, não contam com uma organização eficiente e não são nada atraentes para os estudantes. Ora, se a criança ou o adolescente não tiver um estímulo à leitura nem em casa e nem na escola, aí sim acredito que esse hábito pode não surgir. Restará em casos assim, talvez, torcer para que o jovem adquira o gosto pela leitura por meio de outros caminhos.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="background-color: white;"><div style="text-align: justify;">
No meu caso, a biblioteca escolar do Polivalente de Monte Carmelo foi fundamental na minha formação. Gosto de pensar que aquelas estantes cheias de livros mudaram a minha vida. Devo muito do que sou àquela biblioteca e deixo aqui registrada a minha profunda gratidão.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>(Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 31 de janeiro de 2014.)</b></div>
</span></span></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-71176039619520249962015-03-20T16:41:00.000-03:002015-03-20T16:41:07.291-03:00Confinados<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A trajetória de João Batista de Andrade é bastante interessante. Nascido na cidade mineira de Ituiutaba em 1939, Andrade vivenciou complexos momentos da recente história do Brasil, como o período da Ditadura Militar (1964-1985), por exemplo, tendo uma notável carreira como cineasta. Já como escritor, publicou sete livros até o presente momento, o último se chama “Confinados: memórias de um tempo sem saídas” (Ed. Prumo, 2013, 192 páginas).</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A obra se ocupa da atual realidade de nosso país e acompanha as vidas de alguns personagens que vivem em uma grande cidade brasileira, explorando seus problemas, seus dramas, suas crises e sua incapacidade de encontrar um caminho seguro nestes tempos de tantas dificuldades. “Confinados” apresenta ao leitor uma instigante mistura de realidade e ficção, e, em várias passagens, é possível perceber pontos de contato entre a história de vida do autor do livro e as histórias de seus personagens, como a do velho arquiteto Júlio, um homem em crise que sofre com sua solidão.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A sensação de solidão, aliás, é elemento importantíssimo de “Confinados”. A cidade grande é o espaço da violência e do medo, o que faz com que os personagens tenham que se trancar em suas casas, permanecendo sozinhos e vendo as tragédias da guerra entre policiais e bandidos pela TV. É a partir desta situação de confinamento, desta solidão, que Andrade explora os complexos aspectos psicológicos de seus personagens e nos apresenta a sua visão acerca do Brasil contemporâneo.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">João Batista de Andrade militou por anos no Partido Comunista Brasileiro (PCB), lutou contra o regime militar por meio de sua arte e sempre apresentou em suas produções um olhar crítico sobre os (des)caminhos trilhados pela sociedade brasileira. Nesta perspectiva, “Confinados” é interessante porque nos permite ver como um autor com tal trajetória de vida interpreta o atual estado de coisas no nosso país. A pergunta feita por Andrade em seu livro, portanto, diz respeito tanto ao personagem Júlio quanto ao próprio autor: “Como falar do desconforto enorme, diante dos desafios e surpresas do mundo atual, depois do fim de suas utopias, depois de tantas lutas e esperanças que carregara desde a juventude?”.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Tal questionamento é importante, pois nos remete a todos aqueles que não conseguem encontrar no tempo presente a realização de projetos e sonhos do passado, mas apenas uma cruel e violenta realidade, um mundo no qual confinados estamos todos nós.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>(Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 22 de novembro de 2013.)</b></span></div>
</div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-75947256084806331362015-03-20T16:37:00.003-03:002015-03-20T16:37:50.964-03:00Recursos audiovisuais e ensino de História<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">O meu trabalho como professor de ensino médio na Escola Estadual Messias Pedreiro, localizada na área central da cidade de Uberlândia, tem me proporcionado não só o contato com uma nova geração de jovens, mas também a oportunidade de pensar questões atinentes ao ensino de História, disciplina da qual sou professor. Sob esse prisma, tem me chamado a atenção o amplo conjunto de possibilidades do uso de recursos audiovisuais no processo de ensino e aprendizagem de História.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Há poucas semanas pedi aos meus alunos das turmas de segundo ano do ensino médio que se organizassem em grupos e apresentassem trabalhos sobre algumas revoltas ocorridas no campo e na cidade durante o início do século 20 no Brasil. Tais trabalhos foram apresentados nos últimos dias e fiquei realmente impressionado com a qualidade de muitos deles. Algo que merece destaque nesta experiência é o fato de que muitos dos meus alunos se mostraram extremamente hábeis em manusear equipamentos de som e vídeo para a apresentação dos trabalhos (uma habilidade que pode até assustar os mais velhos). Já na elaboração dos mesmos a pesquisa na internet se mostrou importante, não apenas na construção de textos mas também na montagem de vídeos e apresentações de slides, com imagens diversas e músicas encontradas na web.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Neste sentido, os alunos se mostraram capazes não só de realizar pesquisa histórica, mas também de apresenta-la aos colegas de maneira bastante agradável e, em certos casos, bastante divertida, pois alguns grupos usaram do bom humor nas apresentações. Tal experiência me mostrou o papel que pode ser desempenhado pelos recursos audiovisuais e as modernas tecnologias no ensino de História na atualidade. Os mais jovens são pessoas extremamente adaptadas a todo o aparato tecnológico moderno e a escola deve estar atenta a isso. O uso de tais recursos audiovisuais pode tornar o ensino mais dinâmico e prazeroso para os nossos alunos, uma vez que eles lidam tão bem com essas linguagens.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">No caso do ensino de História, tal prática é interessante pois amplia consideravelmente a gama de materiais a serem trabalhados pelo professor em sala de aula, que não precisa mais – e nem deve – ficar restrito ao livro didático. Por fim, cabe salientar que não se deve esperar que a tecnologia faça o trabalho do professor, pois ele continua sendo um agente importantíssimo na educação, o profissional que deve orientar os alunos no uso dessas modernas ferramentas para a construção do conhecimento.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>(Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 04 de outubro de 2013.)</b></span></div>
</div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-15408415719743178442015-03-20T16:32:00.001-03:002015-03-20T16:32:08.802-03:00O Cinema Alemão e a Ascensão de Hitler<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando o assunto é o nazismo, muitos se perguntam: afinal de contas, como os alemães puderam apoiar Adolf Hitler? Trata-se de uma difícil questão, e muitos foram os estudiosos que tentaram respondê-la. Um deles foi Siegfried Kracauer, que em 1947 publicou o livro “De Caligari a Hitler: uma história psicológica do cinema alemão”. Escrita por um autor que teve que fugir da Alemanha nazista para Paris em 1933, indo depois para os Estados Unidos em 1941, a obra é um esforço de Kracauer em tentar entender o processo que levou Hitler ao poder.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A hipótese trabalhada no livro é instigante: havia entre os alemães um “mal-estar psicológico” já durante a década de 1910. Sob esse prisma, o autor se volta para as produções do cinema alemão das primeiras décadas do século 20 e afirma: “através de uma análise dos filmes alemães, pode-se expor as profundas tendências psicológicas predominantes na Alemanha de 1918 a 1933, tendências que influenciaram o curso dos acontecimentos no período de tempo acima mencionado”.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Kracauer analisa os aspectos estéticos e os temas recorrentes em tais produções e observa que muitos dos filmes da época contavam histórias sombrias, de homicídios, tiranos, violência, etc. Por ser o cinema uma arte coletiva voltada para o consumo das massas, o autor defende que tais aspectos do cinema alemão daquele período dialogavam perfeitamente com o “padrão psicológico vigente” na Alemanha, padrão esse que, segundo Kracauer, esteve intimamente relacionado tanto à ascensão de Hitler ao poder quanto ao holocausto.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">O que dizer de tal hipótese? É certo que o livro foi publicado após a 2ª Guerra Mundial, quando os horrores do extermínio dos judeus já eram conhecidos. Neste sentido, por vezes, Kracauer parece procurar a qualquer custo paralelos entre as histórias contadas nos filmes e as histórias reais em torno do nazismo. Por outro lado, um filme como ‘ “Homunculus”, de 1916, chama a atenção ao contar a história de um sofrido homem que foi criado em um tubo de ensaio e que se torna ditador de um grande país, sendo o responsável por uma guerra mundial. Tais semelhanças com Hitler impressionam Kracauer, e também a nós, seus leitores.</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Concordemos ou não com a análise feita nas páginas do livro, o fato é que o cinema alemão em suas primeiras décadas parece mesmo ter antecipado eventos atinentes ao nazismo. Como bem disse Kracauer, “importantes personagens cinematográficos se tornaram verdadeiros na vida real” da Alemanha. É mesmo para se pensar…</span></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">(Texto originalmente publicado na Coluna do NEHAC do Jornal Correio de Uberlândia de 16 de agosto de 2013.)</span></b></div>
<div style="border: 0px; box-sizing: border-box; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22.3999996185303px; margin-bottom: 20px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-34559261603918085842013-07-06T00:17:00.001-03:002013-07-06T00:17:05.792-03:00A força de um bom elenco<span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22px;"></span><br />
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
As telenovelas geralmente são vistas como entretenimento vazio e barato, recebendo o rótulo de ovelhas negras da cultura. Posto isso, a telenovela “Cordel Encantado”, atualmente produzida/exibida pela TV Globo no horário das 18h, é um interessante exemplo de como esse gênero pode ser feito com qualidade.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Bebendo de elementos da cultura popular nordestina, com destaque para o cangaço e o imaginário religioso, “Cordel Encantado” conta a história de Açucena/Aurora (Bianca Bin), uma princesa europeia que foi criada no sertão nordestino por pais adotivos. A trama gira em torno do amor de Açucena e Jesuíno (Cauã Reymond), amor que precisa lutar contra o fato de que a moça, enquanto princesa, está prometida ao Príncipe Felipe (Jayme Matarazzo). Açucena e Jesuíno também precisam lutar contra o Coronel Timóteo Cabral (Bruno Gagliasso), homem cruel e que ama Açucena.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Muito pode ser discutido sobre a correspondência ou não da novela em relação à “verdade” dos fatos históricos. Apesar disso, “Cordel Encantado” possui qualidades que merecem ser valorizadas. Há que se elogiar a fotografia (imagens de cinema), o texto (bastante poético, misturando comédia e drama) e a trilha sonora, que traz o melhor dos ritmos nordestinos marcados por zabumbas e pífanos. Mas o grande trunfo de Cordel Encantado está na qualidade do seu elenco. Os jovens Cauã Reymond, Bianca Bin, Nathalia Dill e Jayme Matarazzo presenteiam o telespectador com atuações convincentes. Também merecem destaque os desempenhos dos veteranos Osmar Prado, no papel do delegado Batoré, e Marcos Caruso, como o prefeito Patácio, responsáveis por muitos momentos cômicos da trama.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Bruno Gagliasso, no melhor papel de sua vida, está impecável como Timóteo, personagem que possui os traços de uma mente louca, má, egocêntrica, vaidosa e mimada. Domingos Montagner, no papel de Capitão Herculano, também merece elogios, uma vez que constrói seu personagem com boas doses de masculinidade e valentia, fazendo do chefe dos cangaceiros um homem que seduz o telespectador.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Bem feita e contando com um elenco que não decepciona em nenhum momento, pois até os atores com mínima participação são bons, Cordel Encantado merece ser vista e apreciada por todos os que gostam de uma teledramaturgia bem realizada.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<b>Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 12 de agosto de 2011.</b></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-34977177201236351532013-07-06T00:13:00.002-03:002013-07-06T00:13:36.951-03:00“Foi mal”<span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22px;"></span><br />
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
“Errar é humano”, nos diz a sabedoria popular. De fato, é impossível para qualquer ser humano atingir a perfeição, não conseguimos acertar sempre, às vezes magoamos outras pessoas. “Perdoar é divino”, nos lembra a mesma sabedoria popular. Perdoar é um ato de amor, uma atitude nem sempre fácil de tomar, mas sempre útil para que possamos seguir em frente no dia a dia, sem mágoas.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Contudo, os problemas surgem quando o ato de perdoar passa a ser visto por muitos como uma obrigação em si mesmo: aquele seu amigo pisa na bola, vai até sua casa para te pedir desculpas e você tem que perdoá-lo. Se não o perdoar, será rotulado como uma pessoa rancorosa, sem Deus no coração. O perdão não pode ser uma obrigação, pois, se o for, as pessoas não deixarão de cometer os mesmos erros. “Não há nada de mau se eu fizer isso, se ele não gostar, eu vou lá, peço desculpas e ficará tudo bem de novo”, certamente pensam muitas pessoas.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
A filósofa Hannah Arendt afirmou com razão no livro “A Condição Humana” que o perdão não é uma faculdade isolada, mas forma um par com outra faculdade: a de prometer e cumprir promessas. Segundo a autora, as ações humanas são irreversíveis e imprevisíveis, ou seja, é impossível voltar ao passado e desfazer o que foi feito, as nossas ações muitas vezes levam a consequências que somos incapazes de prever. Por isso, se alguém nos pede desculpas por uma falha, devemos perdoar, mas a pessoa que nos magoou deve prometer e cumprir uma promessa, ou seja, tem que se comprometer a mudar suas atitudes.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Infelizmente, para muitas pessoas é mais fácil dizer “foi mal” do que se comprometer a mudar o próprio comportamento. Há gente que até promete mudar, mas não muda. O perdão, por si só, não contribui para que melhoremos as nossas relações com as outras pessoas. Para se viver bem em sociedade, não basta pedir desculpas, é preciso estar disposto a aprender com os próprios erros e a transformar as próprias práticas. O perdão deve ser dado a quem o merece.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Ninguém é perfeito, em alguns momentos as pessoas vão nos magoar, assim como nós também vamos errar com os outros. Que tenhamos a capacidade de aprender cada vez mais a agir bem com os outros, só assim seremos merecedores do perdão que nos libertará das nossas falhas.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<b>Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 09 de março de 2012.</b></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-59452977397103089142013-07-06T00:09:00.002-03:002013-07-06T00:09:31.633-03:00Sobre a questão ambiental<span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22px;"></span><br />
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Nos últimos dias o Brasil se tornou o centro mundial dos debates em torno da questão ambiental e do desenvolvimento sustentável. A cidade do Rio de Janeiro recebeu a “Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável”. E não foi a primeira vez que a ONU organizou um evento desse tipo. Há 20 anos, a mesma cidade do Rio de Janeiro recebeu a “Rio-92”, e há 40 anos o encontro foi realizado em Estocolmo, na Suécia.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
O fato é que o debate em torno da necessidade de se preservar o meio ambiente e procurar um desenvolvimento sustentável tem se arrastado por décadas. Infelizmente, na prática, toda essa discussão gerou poucos frutos. Os chamados países desenvolvidos não se mostram muito dispostos a modificar o seu modelo de desenvolvimento e progresso, pois isso “traria perdas para as suas economias”. Os chamados países em desenvolvimento, por sua vez, “precisam se desenvolver rapidamente”, de modo a acabar com a pobreza e alcançar o mesmo “nível” dos países desenvolvidos.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
A realização de grandes conferências sobre o desenvolvimento sustentável é importante, pois discute o assunto e alerta para o fato de que os recursos naturais do planeta são finitos. Contudo, sinto falta de que todos os “discursos em prol do meio ambiente” sejam colocados, efetivamente, em prática. Enquanto interesses econômicos e políticos (principalmente de países como Estados Unidos e China, que são dois grandes poluidores) estiverem em primeiro plano, o planeta continuará sofrendo com um modelo de desenvolvimento que precisa ser urgentemente repensado.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Em tempos de crise econômica a nível global, é certo que muitos países estejam ansiosos por acelerar as rodas de suas economias, neste contexto “o meio ambiente pode ficar para depois”. Contudo, é preciso ter consciência de que, mais cedo ou mais tarde, pagaremos a conta por essa postura (na verdade, acredito até que já estamos pagando).</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Atualmente está na moda discursar a favor do “ecologicamente correto”. Mas quando eu vejo, por exemplo, pessoas desperdiçando água, questiono a utilidade de tanta discussão sobre o desenvolvimento sustentável. Espero que as pessoas, as indústrias e os governos parem de discursar e mudem suas práticas. Tomara que o planeta dure até isso acontecer!</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<b>Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 22 de junho de 2012.</b></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-30420868244485515892013-07-06T00:05:00.002-03:002013-07-06T00:05:34.485-03:00Regulamentação da Profissão de Historiador<span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22px;"></span><br />
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
No último dia 7 de novembro o Senado aprovou o projeto de lei PLS 368/09, do senador Paulo Paim (PT-RS), que regulamenta a profissão de historiador no Brasil. O projeto propõe que o exercício da profissão deve ser privativo dos diplomados em cursos de graduação, mestrado ou doutorado em História.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Trata-se de um tema polêmico. Mesmo entre os historiadores, não há um consenso absoluto a respeito da regulamentação. Enquanto uns se posicionam a favor do projeto de lei, outros se mostram contrários a tal medida. A discussão se tornou ainda mais intensa quando, no último dia 10 de novembro, Fernando Rodrigues chamou o projeto PLS 368/09 de “estapafúrdio” na Folha de São Paulo. O jornalista também afirmou que tal lei, se for aprovada também na Câmara e sancionada pela presidente, impedirá que pessoas qualificadas, oriundas de outras áreas do conhecimento, possam dar aulas de História.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Tal fato provocou uma forte reação entre alguns historiadores, entre os quais o próprio presidente da Associação Nacional de História (ANPUH), Benito Bisso Schmidt. Em carta publicada no Facebook, Schmidt disse que Fernando Rodrigues não leu o projeto de lei antes de escrever a respeito. Além disso, Schmidt ressaltou que, ao longo da formação acadêmica na área, os historiadores “desenvolvem habilidades específicas como a crítica documental e historiográfica e a aquisição de conhecimentos teóricos, metodológicos e técnicos imprescindíveis à investigação científica do passado”.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
O debate sobre a exigência de um diploma específico para o exercício da profissão de historiador levanta uma questão importante: afinal de contas, o que é preciso para ser um historiador? A História, enquanto forma de conhecimento, possui uma história longa e complexa. Há várias concepções sobre o que é “história”, qual sua “função”, quais devem ser os seus “métodos” de pesquisa e escrita, sendo que muitas dessas noções mudaram ao longo do tempo – e vão certamente continuar mudando.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Antes de tomarmos partido dentro do debate a respeito do projeto de lei PLS 368/09, temos que ter em mente a complexidade que envolve a área de História. Trata-se de uma disciplina que, se tem limites, também dialoga constantemente com outras áreas, científicas e artísticas. Como disse Paul Veyne, “O perigo com a história é que ela parece fácil e não o é”. Em outras palavras, a História não é tão simples como pensam algumas pessoas…</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<b>Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 16 de novembro de 2012.</b></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-86100104640454173732013-07-06T00:02:00.001-03:002013-07-06T00:02:11.239-03:00Morgan Freeman e a “Consciência Negra”<span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22px;"></span><br />
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Estamos no último dia do mês de novembro e, nas últimas semanas, pudemos acompanhar os debates acerca do dia da “Consciência Negra”. Trata-se do dia 20 de novembro, data na qual são discutidos temas como o racismo e o papel dos negros na história e na sociedade brasileira.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Recentemente, o trecho de uma entrevista do ator norte-americano Morgan Freeman circulou nas redes sociais, especialmente no Facebook. No vídeo, quando questionado sobre o que acha do “Mês da Consciência Negra”, Freeman responde: “Ridículo”. Na sequência, o ator argumenta que não se deve confinar toda a história dos negros a um único mês e salienta que não há um “mês da consciência branca”. Por fim, ele afirma que, para se acabar com o racismo, é preciso parar de falar nele: “Eu vou parar de chamá-lo de branco… E o que eu lhe peço, é que pare de me chamar de… negro!”, ele disse.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Muitas pessoas que divulgaram esse trecho da entrevista de Morgan Freeman se limitaram a usá-lo como “argumento” para criticar a existência do “Mês da Consciência Negra”. Duas observações devem ser feitas aqui: em primeiro lugar, o vídeo foi tirado do seu contexto, e poucas pessoas se questionaram sobre a entrevista na íntegra e sobre o lugar de onde Freeman fala. Em segundo lugar, parte considerável dessas pessoas não percebeu algo importante: o que Freeman propõe não é pura e simplesmente um esquecimento do racismo, mas sim que as pessoas parem de ser identificadas pela cor da pele. No mundo idealizado por Morgan Freeman, a formação das identidades individuais e coletivas não deve ter a cor da pele como fator determinante.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Particularmente, eu adoraria viver nesse mundo proposto por Morgan Freeman, mas, infelizmente, eu não vivo. A minha sociedade é, sim, racista e penso que não devemos parar de falar a respeito. Acredito que datas como o dia da “Consciência Negra” são sim importantes, desde que estimulem as pessoas a uma reflexão profunda sobre o racismo, onde a problematização dos processos de construção das identidades é fundamental.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Infelizmente, o que se viu no Facebook nos últimos dias, na maioria das vezes, foi uma discussão rasa e simplista. Entre pensar criticamente sobre o tema e simplesmente clicar para “Compartilhar” o vídeo de Freeman, muitos optaram pelo clique. O que o astro de “Conduzindo Miss Daisy” acharia disso?</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<br /></div>
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<b>Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 30 de novembro de 2012.</b></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-66749390121701440882013-07-05T23:59:00.001-03:002013-07-05T23:59:03.528-03:0030 anos de “War”<span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22px;"></span><br />
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Em 2013, o álbum “War”, da banda irlandesa U2, completa 30 anos. Lançado em 1983 e produzido pelo lendário produtor Steve Lillywhite, “War” pode ser considerado um dos grandes discos do U2. A capa mostra o rosto do garoto Peter Rowen olhando-nos de maneira desafiadora, dura, furiosa. O preto e branco da imagem contrasta com as palavras “U2” e “War” (“Guerra”, em português), escritas com uma vermelha cor de sangue no lado direito da capa.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease;">
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É interessante percebermos a diferença entre as capas de “Boy” (o primeiro disco do U2, lançado em 1980) e “War”. Peter Rowen também aparecera na capa do álbum de estreia do U2, mas a sua expressão facial fora mais infantil, e não a ameaçadora que pode ser vista na capa do disco de 1983. Não só os aspectos visuais dos discos são diferentes, mas a sonoridade das músicas e o teor das composições também passaram por algumas mudanças.</div>
<div style="text-align: justify;">
“War” é um disco mais maduro, onde se destaca a presença mais intensa e direta da temática política nas canções. A primeira faixa do disco é “Sunday Bloody Sunday”, na qual o som da bateria de Larry Mullen Jr. se assemelha ao de uma metralhadora. A letra é uma referência ao Domingo Sangrento, de 1972, no qual houve um confronto entre manifestantes católicos e o exército inglês, na Irlanda do Norte. “Sunday Bloody Sunday” é um protesto contra a violência e a intolerância. Outras faixas do disco também merecem a nossa atenção, tais como “New Year’s Day”, “Like a Song…”, “Two Hearts Beat as One” e “40”.</div>
<br />
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease;">
</div>
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“War” é um disco que está intimamente ligado ao momento histórico no qual foi produzido: a invasão soviética ao Afeganistão, o movimento “Solidariedade” na Polônia, as eleições de Ronald Reagan, nos EUA, e de Margaret Thatcher, no Reino Unido, a guerra das Malvinas, o terrorismo do IRA, o desemprego na Irlanda etc. “War” surgiu a partir daquele contexto de violência, brutalidade e degradação, e suas músicas são um protesto contra a situação vivenciada naquele momento.</div>
<div style="text-align: justify;">
“Um tapa na cara”, assim o vocalista Bono definiu o disco. De fato, “War” é mesmo um álbum provocador, tendo recusado o escapismo comum a outras bandas da época. Mais que isso, este disco é um marco na trajetória do U2, uma banda que se preocuparia cada vez mais, nas décadas seguintes, com temas políticos e sociais, sempre presentes em seus discos. Aliás, tais temáticas têm servido não só à criação artística da banda, mas também como uma eficiente forma de marketing do grupo.</div>
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<br /></div>
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<b>Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 01 de março de 2013.</b></div>
<br />
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-38064829314251166832013-07-05T23:56:00.002-03:002013-07-05T23:56:42.505-03:00O Universo dos Doramas<span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22px;"></span><br />
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
As sociedades ocidentais recebem, há anos, vários elementos oriundos das culturas orientais. De artes marciais a conteúdos filosóficos, passando por mangás, filmes, músicas e moda, diversos produtos culturais oriundos de países como Japão, Coreia do Sul e China chegam até nós e conquistam fãs e adeptos. Em tempos de internet, esse processo fica cada vez mais visível, haja vista o exemplo do sucesso alcançado pela canção “Gangnam Style”, do sul-coreano Psy, no mundo todo.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
O fato é que, no campo das trocas culturais que permeiam o concerto das nações, os países orientais têm conquistado cada vez mais visibilidade e destaque, algo que certamente vai ao encontro do papel desempenhado por eles na economia contemporânea.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Sob esse prisma, há um tipo de produção oriental que tem chamado a atenção no Ocidente: os “doramas”. Este é o nome usado para designar as séries televisivas produzidas no Japão (os J-Dramas), na Coreia do Sul (os K-Dramas), na China (os C-Dramas) e assim por diante. Os doramas formam um universo bastante particular e têm muito a mostrar das culturas orientais.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Marcados por uma forte carga dramática, os doramas alternam entre momentos de tristeza e de intensa excitação, provocando lágrimas e gargalhadas em quem assiste. Seja em histórias ambientadas no tempo presente seja naquelas ambientadas no passado, essas séries tratam de temas como amor, amizade, a busca pela felicidade e os papéis a serem desempenhados por homens e mulheres nas sociedades orientais.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Não espere ver muitas cenas de beijos nem muitas cenas de carícias e contato físico intenso nos doramas. Nessas produções, os sentimentos dos personagens são revelados e explicitados mais pela força do olhar e pelos expressivos diálogos. Também são comuns cenas de funerais que se desenrolam durante uma chuva, bem como a noção de que as pessoas são destinadas umas às outras.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Doramas como “Aka Faith”, “Arang and the Magistrate”, “To the Beautiful You”, “Boys over Flowers” e “Personal Taste” são disponibilizados gratuitamente na internet, havendo também comunidades online de fãs que trocam informações, divulgam e também traduzem os episódios para diversas línguas. Cativante, o universo dos doramas tem chamado a atenção de pessoas em vários países do mundo, incluindo o Brasil. Vale a pena conferir!</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<b>Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 05 de abril de 2013.</b></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-5277749498921192662013-07-05T23:52:00.002-03:002013-07-05T23:52:21.786-03:00A crítica de cinema em tempos de internet<span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22px;"></span><br />
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Os interessados em cinema encontram na internet um amplo conteúdo sobre filmes. Sites especializados oferecem muito material de pesquisa para os amantes da sétima arte e também para os estudiosos. Nesse cenário, a crítica de cinema ganha novos espaços, não mais restritos aos jornais e revistas impressos das décadas passadas. Com o crescente aumento do acesso à internet, podemos dizer que os críticos de cinema hoje conseguem alcançar uma quantidade cada vez maior de leitores.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
O internauta vê em casa os horários de exibição de um filme e já dá uma olhada nos comentários acerca da obra disponíveis na rede mundial de computadores. Seja nas mídias impressas, seja nas mídias virtuais, o que podemos verificar é que a crítica de cinema muitas vezes interfere na recepção dos filmes por parte do grande público. Como o historiador Alcides Freire Ramos afirma no livro “Canibalismo dos Fracos” (2002), “o crítico possui um papel importante no que se refere à formação da opinião sobre os filmes”.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Posto isso, há algo preocupante que podemos observar na internet: a repetição desvairada das ideias e colocações dos críticos de cinema por parte de muitos espectadores, especialmente nas redes sociais. Sites como o “Cinema com Rapadura”, por exemplo, que divulga críticas de filmes, muitas delas interessantes, diga-se de passagem, oferecem um prato cheio para os papagaios de plantão na web. Nestes tempos de internet, onde impera o “copiar e colar”, a criatividade e a autonomia de pensamento parecem estar fora de moda.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
É espantoso ver universitários que se dizem “cinéfilos” e “intelectuais” reproduzindo descaradamente, palavra por palavra, sem dar os devidos créditos às fontes, o que os textos de crítica de cinema dizem sobre certos filmes, não se arriscando a uma interpretação própria das obras. Como afirma Alcides Freire Ramos no livro, “a crítica de cinema não é neutra”. Em outras palavras, os críticos não são donos de uma verdade absoluta sobre os filmes, é preciso ler seus textos de maneira cuidadosa, verificando os méritos e as limitações das análises.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Ler a crítica especializada é um passo importante para entendermos o significado que os filmes adquirem em determinados contextos. Contudo, apenas reproduzir, cega e apressadamente, o que os críticos dizem sobre as películas é, na minha avaliação, um exercício “intelectual” bastante ingênuo e pobre.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<b>Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia 17 de maio de 2013.</b></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-70198093422821248622013-07-05T23:48:00.001-03:002013-07-05T23:48:06.606-03:00Ladrões “milagreiros”<span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22px;"></span><br />
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Há vários anos a dupla sertaneja Zilo & Zalo gravou uma canção chamada “O Milagre do ladrão”. A história contada pela música é comovente. Um menino paraplégico ouve de sua mãe que um dia Jesus Cristo virá curá-lo. Quando um ladrão invade a casa do menino, o garoto pensa que aquele estranho é Jesus, levanta-se da cama e caminha até ele. “O inocente no momento foi curado, sem perceber que era o milagre de um ladrão”, cantam Zilo & Zalo ao fim da música. Uma canção sobre o poder da fé, e também sobre a ingenuidade e a inocência de uma criança.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
De uns anos para cá temos acompanhado o aumento do número de novas igrejas, bem como a expansão de instituições religiosas mais antigas. Tem sido espantoso ver que em muitas dessas instituições existem verdadeiros ladrões, pessoas interessadas unicamente em explorar a fé, a inocência e a ingenuidade dos fieis. São líderes religiosos que almejam, no fundo, apenas o enriquecimento pessoal. Sob o disfarce de “homens de Deus”, tais lideranças querem somente o dinheiro dos outros.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Pessoas que enfrentam diversos problemas – doenças, dificuldades financeiras, dependentes químicos na família, falta de sorte no amor etc – são atraídas por representantes de tais religiões que prometem a solução para todos esses obstáculos, desde que haja uma contribuição financeira por parte daquele que quer “mudar de vida”.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Sedutores, muitos desses líderes religiosos usam até programas de TV para “vender o seu produto”. E eles sabem bem como projetar a voz, como gesticular e como controlar suas expressões faciais na telinha. E convencem os fiéis! Fragilizadas pelos problemas cotidianos da vida, muitas pessoas acabam “comprando o peixe” desses mercadores da fé, por vezes a altos preços. E se determinado problema é superado, o fiel acaba creditando todos os méritos à sua igreja, ao seu líder, e não ao próprio esforço pessoal ou a outros fatores.</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Muitos inocentes estão sendo curados por aí, e não estão percebendo que os “milagres” são operados por pessoas ainda mais mal intencionadas que o ladrão da música de Zilo & Zalo. A fé não tem movido apenas montanhas, mas também tem movimentado muito dinheiro. E quem está realmente lucrando com isso?</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
Quanto a mim, faço minhas as palavras do próprio Cristo: “Não transformem a casa de meu Pai num mercado”. Mesmo porque a minha ligação com Deus dispensa atravessadores…</div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="-webkit-box-sizing: border-box; -webkit-transition-delay: initial; -webkit-transition-duration: 0.25s; -webkit-transition-property: all; -webkit-transition-timing-function: ease;">
<b>Texto originalmente publicado na Coluna do Nehac do Jornal Correio de Uberlândia no dia </b><b>05 de julho de 2013.</b></div>
Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-70430529111255689982012-01-25T11:15:00.000-02:002012-01-25T11:15:00.882-02:00Três amigas<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">Há quem diga que a amizade entre homem e mulher é impossível. Durante muitos anos eu tive pouquíssimas amigas, minhas amizades mais fortes eram com os outros garotos da minha idade, o que parecia confirmar a ideia de que era mesmo impossível ser amigo de alguém do sexo oposto. Talvez pela timidez, sempre me senti mais à vontade com outros garotos, as conversas e as piadas sempre fluíram melhor com eles. Tal situação mudou apenas durante os anos de faculdade, mais maduro e menos inseguro me soltei mais com as garotas. Não, eu não me tornei um conquistador de incontáveis mulheres, o que eu ganhei mesmo ao me aproximar delas foram preciosas amizades.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">Ter amigas tem sido uma coisa muito boa para mim. Acho que todo homem devia ter pelo menos uma. Se tiver várias, melhor ainda. É bom ter alguém com quem se possa conversar sobre coisas que não sejam relacionadas a futebol, carros, piadas sujas ou filmes de ação. Com minhas amigas aprendi muito sobre novelas, filmes de amor, moda, culinária. Melhor ainda, com elas eu venho aprendendo um pouco sobre o universo feminino, esse mundo de coisas que nós homens nunca vamos conseguir entender completamente. Minhas amigas me ensinaram sobre a importância de ser gentil e educado com os outros, sobre o valor de um abraço, sobre ter paciência para ouvir o que o outro tem a dizer, sobre o convívio com as diferenças etc. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">Tenho grandes amigas e a convivência com elas tem sido uma experiência belíssima e prazerosa. Gostaria de exemplificar com três casos: Carol, Cassinha e Fafá. Falarei das três aqui não por obra do acaso. Acontece que hoje é dia 25 de Janeiro, dia dos aniversários das três. Isso mesmo! Tenho três amigas que fazem aniversário no mesmo dia. Mais ainda: conheci as três na faculdade, onde as três fazem parte do mesmo núcleo de pesquisa que eu. Situação parecida com essa nunca aconteceu com meus amigos homens: prova de que algumas coincidências, de tão mágicas, só ocorrem mesmo quando envolvem o universo feminino.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">Carol é, na verdade, Ana Carolina, mas ela prefere que a chamemos pelo apelido. Concordo plenamente. “Carol” combina muito mais com ela, é um nome doce. Carol é a “moça dos esmaltes”, tem bom gosto e entende de coisas bonitas. Ela é de uma humildade ímpar, uma presença sempre agradável. Não precisa usar roupas curtas e provocantes, é um mulherão por natureza. Carol conquista a todos com sua alegria. Das coisas que aprendi com Carol, a que vou levar para sempre comigo é o valor do olhar. Carol tem um olhar doce, ainda de menina e, quando conversa com a gente, é sempre olho no olho. Se os olhos forem mesmo a janela da alma, Carol é realmente uma pessoa especial. Olhando sempre nos nossos olhos, ela se mostra, não sente necessidade de se esconder. O olhar de Carol é sincero.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">Cassinha é, na verdade, Cássia. Ela não exige que a chamemos pelo apelido, mas gosto de chamá-la assim porque acredito que combina perfeitamente com ela. Cassinha é de baixa estatura, mas que o leitor não se engane, o apelido no diminutivo não diminui a pessoa que ela é e nem a importância que ela tem para os outros que convivem com ela. Porque Cassinha é uma grande mulher, é corajosa e não tem medo de encarar o que tiver que encarar, enfrenta qualquer situação com uma valentia rara de se ver por aí, não recua ante as dificuldades que aparecem no seu caminho. Com Cassinha aprendi a importância de um sorriso e de um abraço. Não importa se o dia é difícil, ela sempre recebe a todos os seus amigos com um sorriso no rosto e com muito carinho. Cassinha não desconta seus problemas nos outros.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">Fafá é, na verdade, Fabrícia. Ao vê-la pela primeira vez no corredor do Bloco 1H, ainda imaturo e com alguns preconceitos na cabeça, pensei que ela fosse apenas mais uma garota bonita, e só. Conviver com Fafá me possibilitou abandonar alguns estereótipos. Ela me ensinou que garotas bonitas podem sim ser inteligentes, boas de papo e educadas. Nem toda mulher bonita é fútil e arrogante. Fafá me mostrou que a verdadeira beleza feminina não depende de maquiagem, mesmo sem nenhum tipo de base aplicado na pele do rosto, uma mulher pode sim ser bonita, se sua beleza vier do seu interior. Nas nossas conversas pelo MSN, aprendi com Fafá sobre a importância de se ter pessoas de confiança, a quem pedir conselhos, confidenciar alguns segredos e falar sobre os problemas do dia a dia.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">Assim são minhas três amigas que fazem aniversário neste dia 25 de Janeiro. Na verdade, elas são bem mais complexas do que esses simples retratos que pintei aqui, como toda mulher deve ser. De qualquer modo, o que eu queria mesmo era registrar aqui a importância que elas tem na minha vida e o quanto aprendi com elas. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">Feliz aniversário, muitos anos de vida e muitas coisas boas a Carol, Cassinha e Fafá!</div>Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-81178417764614986362011-11-01T10:41:00.001-02:002011-11-01T10:45:05.207-02:00O medo é contagioso<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">[ATENÇÃO, LEITOR(A), O PRESENTE TEXTO POSSUI SPOILERS DO FILME “CONTÁGIO”. SE VOCÊ AINDA NÃO VIU O FILME, E NÃO QUER SABER O QUE ACONTECE ANTES DE ASSISTIR, RECOMENDAMOS QUE NÃO LEIA ESTE TEXTO AGORA. SE VOCÊ NÃO SE IMPORTA COM SPOILERS OU JÁ ASSISTIU AO FILME , DESEJO A VOCÊ UMA BOA LEITURA!]<o:p></o:p></i></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Uma nova doença surge e se espalha rapidamente pelo planeta, matando milhares de pessoas, desafiando o conhecimento dos cientistas e espalhando o medo e o caos no mundo. Uma história como essa não possui nada de original, e muitos filmes já abordaram a temática de uma epidemia que se espalha pelos quatro cantos da Terra. Contudo, esse é o argumento de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Contágio </b>(EUA, 2011), novo filme de Steven Soderbergh que está em cartaz nos cinemas do país. Se o argumento do filme não tem nada de criativo, o que faz de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Contágio </b>uma obra que vale a pena ser vista? De fato, o mérito de Soderbergh nesta película é sua capacidade de realizar um bom filme a partir de um tema que já foi tratado diversas vezes na tela do cinema.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">A película nos apresenta uma variedade de personagens: pessoas “comuns”, cientistas, militares, funcionários públicos, editores de jornal, adolescentes, adultos, homens, mulheres, asiáticos, brancos e negros. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Contágio </b>nos mostra, assim, as várias “histórias” dentro da “história” da epidemia. Vemos na tela como as pessoas adquirem a doença, como morrem, como lidam com o caos que se instala, como tentam encontrar a cura. Aqui Soderbergh se aproveita da qualidade do seu elenco, que conta com as presenças marcantes de Matt Damon, Kate Winslet, Laurence Fishburne, Marion Cotillard e Jude Law.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">A partir de uma perspectiva plural, o filme faz uma interessante reflexão a respeito do código moral da sociedade. Quando o caos se instala, pessoas são forçadas a ficar em quarentena, o estoque de alimentos se esgota e o número de mortos sobe rapidamente a cada dia que passa, a maioria das pessoas deixa o código moral de lado: muitos cometem sequestro, matam, roubam, agridem etc. Mais contagioso do que a doença é o medo que se alastra, e nenhum dos personagens pode ser julgado, uma vez que a situação ali vivida é extrema, onde o “quadrado moral” se deforma facilmente.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Dentro deste contexto, é bastante ambíguo o caráter do personagem Alan Krumwiede (interpretado por Jude Law). Ao fazer o papel de um blogueiro que denuncia os interesses econômicos da indústria farmacêutica no processo de produção de uma vacina contra o vírus, Law faz o uso de todo um conjunto de gestos e expressões faciais que tornam difícil a avaliação da personalidade do seu personagem. É Krumwiede um homem realmente comprometido com a verdade e interessado em “abrir os olhos” das pessoas, ou é ele um sujeito que também possui seus interesses econômicos e sente prazer em anunciar o fim do mundo, disseminando a insegurança? De qualquer modo, as falas de Krumwiede nos instigam a refletir sobre como os governos controlam as informações que são divulgadas, quando de situações extremas e desastrosas. No caso de uma pandemia, nem os cientistas podem ser vistos como pessoas confiáveis, estão sempre ocupados em impedir que determinadas informações vazem para a imprensa.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Um personagem interessante do filme é o Dr. Ellis Cheever (interpretado por Laurence Fishburne). Coordenando os trabalhos de combate à doença, Cheever se aproveita da sua posição, ao obter informações privilegiadas, para manter a esposa em um lugar seguro. O medo de perder a mulher é maior que o compromisso com toda a população. Todavia, ao longo de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Contágio</b>, Cheever vai se “redimir” quando, por baixo dos panos, dá uma dose da vacina para o filho do faxineiro de seu local de trabalho. Mesmo essa atitude de Cheever pode ser discutível, uma vez que fere o “protocolo de segurança”. Mas aqui Soderbergh nos instiga mais uma vez: qual a validade de tal protocolo? Como um personagem do filme diz: a questão não é apenas se haverá vacina para todos, mas quem seria vacinado primeiro. Afinal de contas, um homem como o presidente dos EUA, por exemplo, está em um “lugar secreto”, seguro, enquanto a maioria da população é obrigada a viver na insegurança do caos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Mesmo com o medo da doença, alguns personagens conseguem ser manter “íntegros”, como a Dra. Leonora Orantes (Marion Cotillard), uma pesquisadora que procura descobrir a origem da epidemia, e Thomas Emhoff (Matt Damon), um pai de família que, após perder a esposa e o enteado para o vírus, se vê na necessidade proteger a filha de qualquer ameaça. Thomas é imune ao vírus e pode transitar por diversos espaços, observando a pluralidade dos acontecimentos que se desenvolvem. Pode-se dizer que o personagem de Damon personifica a própria câmera de Soderbergh, uma vez que, sendo permitido a ele o acesso a vários espaços, ele observa a tudo e a todos, tal como a lente do cineasta.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Elemento interessante da película é o uso de letreiros para identificar a cidade onde determinada ação acontece, abaixo do nome de cada cidade podemos ler também o número de habitantes do lugar. Trata-se de um recurso que serve para mostrar não só o tamanho das grandes cidades, mas o tamanho do perigo da pandemia. É como se o diretor nos dissesse: “Está vendo estes milhões de pessoas? Todas elas correm perigo”. Em um mundo de cidades gigantescas, a pandemia de uma doença extremamente contagiosa faz com que todos nós sejamos doentes <st1:personname productid="em potencial. O" w:st="on">em potencial. O</st1:personname> risco pode estar escondido em cada toque, em cada beijo, em cada aperto de mão, em cada tosse, em cada objeto que foi tocado por uma pessoa infectada. A câmera de Soderbergh se aproxima constantemente dos corpos dos personagens, mostrando-nos onde eles tocam, em quem eles tocam, o vírus pode estar em qualquer uma das mãos que vemos na tela. O medo provocado pela doença faz com que as pessoas se afastem, se toquem cada vez menos, o “outro” representa quase sempre uma ameaça. A filha de Thomas não pode sequer tocar o seu <span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: normal;">“namoradinho”</span>.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Também merece destaque a montagem do filme. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Contágio </b>inicia-se no “2° Dia”, como vemos em um letreiro ao início da narrativa, e vai acompanhando o processo de evolução da pandemia ao longo do “3° Dia”, “4° Dia”, “5° Dia”... “131° Dia”. O uso de letreiros que informam quanto tempo já se passou desde a origem da pandemia faz do filme uma espécie de diário de todo o processo. O filme documenta, quase que jornalisticamente, os traços do cotidiano das pessoas e o esforço dos cientistas para solucionar o problema. Mas por que a obra não começa no “1° Dia”, mas no “2° Dia”? Trata-se de um segredo que Soderbergh só revela ao fim da película. Quando o namoradinho da filha de Thomas é vacinado, os dois finalmente podem se tocar. Ela coloca a canção “All I want is you”, do U2, para tocar no som da sala, e começa a dançar com o rapaz ao som da banda irlandesa. Se o filme terminasse aqui, seria praticamente um “final feliz”, uma vez que a tensão sentida ao longo da obra pelo espectador é substituída, nesta cena, por uma sensação de alívio. Contudo, depois deste momento dos dois jovens dançando, Soderbergh nos apresenta, finalmente, o que aconteceu no “1° Dia”...</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Um morcego que comia uma banana deixa um pedaço dela cair em um local onde se cria porcos. O espectador do filme já está informado que o vírus da doença foi formado por meio de uma mistura de DNA de morcego com DNA de porco. Um dos porcos come o pedaço de banana que caiu no chão. Este mesmo porco é abatido e é enviado para uma cozinha, onde um cozinheiro o prepara. Sem lavar devidamente as mãos, o cozinheiro segura as mãos de Beth Emhoff, esposa de Thomas, para tirar uma foto, já que Beth estava ali, em Hong Kong, viajando a trabalho. Foi onde tudo começou. O alívio sentido pelo espectador durante a cena dos dois adolescentes dançando ao som do U2 é substituído pelo choque e pela tensão da revelação. “All I want is you” é substituída por uma trilha sonora tensa. A montagem do filme colocou o “1° Dia” no final para que o espectador sinta um pouco do medo e da insegurança sentida pelos personagens ao longo da obra. Alguns críticos afirmaram que esse <i>flashback </i>ao fim de <b>Contágio </b>é desnecessário, mas não vemos dessa forma. Acreditamos que Soderbergh faz o uso de tal <i>flashback </i>para mostrar que um simples fato pode ter consequências desastrosas. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Contágio </b>é sim um filme bem realizado. A qualidade do elenco, o uso de letreiros, a montagem, a trilha sonora e o enquadramento da câmera fazem com que a pouca criatividade do roteiro quase não seja sentida pelo espectador. O filme discute temas importantes: a questão moral, os interesses econômicos da indústria farmacêutica, a disputa pelo controle e pela divulgação da informação e o controle sobre o corpo. Se <span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: normal;">“faltou emoção”</span> no filme por conta da grande quantidade de personagens, o que dificulta que o espectador se identifique com todos eles, não vemos essa <span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: normal;">“frieza”</span> do filme como um defeito, como vem apontando parte da crítica especializada. A <span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: normal;">“frieza”</span> do filme serve para nos manter afastados dos personagens e, desse modo, nos mantermos longe do risco de nos infectarmos com o vírus. Quando o assunto é uma pandemia, não há espaço para o toque, para a aproximação. O desejo de sobrevivência faz com que nos isolemos uns dos outros, o individualismo é elevado ao extremo, em um comportamento de difícil julgamento moral. Se a câmera de Soderbergh é <span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: normal;">“fria”, ela não o é por acaso, mas sim para cumprir uma função na narrativa. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: normal;">O espectador se encontra, desse modo, em um lugar </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: normal;">“seguro” para assistir ao filme, sem o risco de se deixar contagiar pela doença, ainda que as qualidades do bom cinema de Soderbergh o </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px; line-height: normal;">“infectem ” com a magia da sétima arte.</span></div>Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-64409995162796496072011-10-21T18:20:00.000-02:002011-10-21T18:20:04.989-02:00As coisas que compramos<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 225.0pt; text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Eu desejo que você ganhe dinheiro / Pois é preciso viver também / E que você diga a ele, pelo menos uma vez, / Quem é mesmo o dono de quem.<o:p></o:p></i></div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right; text-indent: 45.0pt;">(Frejat)</div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right; text-indent: 45.0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Uma vez eu li em um livrinho de piadas, desses que a gente compra em uma banca de jornal qualquer, uma interessante definição de “status” que dizia: “status é comprar algo que você não quer, com um dinheiro que você não tem, no intuito de parecer, para pessoas que você não gosta, uma pessoa que você não é”. Em tempos de consumismo elevado à máxima potência, muitas vezes compramos coisas que não precisamos, mas que “queremos” possuir, já que a posse de determinados objetos nos dá algum “status”, ainda que parcelado em setenta e duas prestações.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">O recentemente falecido Steve Jobs disse certa vez algo do tipo “As pessoas não sabem o que querem, até que você diga a elas”, e tenho que concordar com ele. Nós, seres humanos, apesar de todo o nosso discurso de racionalidade, não passamos de criaturas bobas. Não sabemos nem a hora em que estamos com fome, muito menos o que queremos da vida. No que diz respeito aos bens materiais, nossos desejos são comandados pelas propagandas de TV, pelos anúncios nos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">outdoors </i>e pela transparência do vidro das vitrines. É verdade que estou generalizando aqui, mesmo sabendo que ainda há aqueles que ainda não se renderam ao exagerado consumismo de nossa sociedade. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">De qualquer forma, o que quero deixar claro ao leitor é que a maioria das pessoas está preocupada em comprar, comprar e comprar, não percebendo que, por trás da falácia da liberdade supostamente oferecida pela sociedade “democrática” ocidental, há todo um jogo de relações de poder onde a maioria de nós, infelizmente, é tratada como um bando de marionetes a ser manipulado. O mercado nos diz que somos livres para escolher o que comprar, aonde viajar, a qual canal assistir, em quem votar etc., mas não nos conta como são definidas as opções que temos diante de nós. Enquanto uma minoria decide os rumos do planeta, a grande maioria segue a vida preocupando-se em trocar de celular a cada trimestre, em trocar de carro a cada ano que passa, em comprar as roupas mais caras e por aí vai...</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Estou generalizando mais uma vez? Sim, e que meus colegas historiadores não fiquem chateados comigo por conta disso. Se estou generalizando, não é por ingenuidade e nem por desconhecimento a respeito das recentes mobilizações populares ao redor do mundo, nestes tempos de crise econômica. Sei muito bem que nem todos são consumistas, sei que há aqueles que usam da análise crítica no seu cotidiano e protestam quanto ao <i style="mso-bidi-font-style: normal;">status quo </i>da sociedade. Contudo, o alvo de minha crítica aqui é o consumismo, e minhas generalizações servem apenas para tentar explicitar ao leitor que o consumismo faz parte de uma trama mais ampla que envolve o controle político da maioria da população.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Dito isso, passemos agora às coisas que compramos. Preciso dizer que não tenho nada contra os objetos que possuímos ou que “queremos” possuir. O celular é uma invenção maravilhosa e muito útil, o carro é uma interessante ferramenta para nos deslocarmos no espaço, o computador nos ajuda no trabalho e no entretenimento, um tênis confortável conserva a saúde dos nossos pés e até mesmo da nossa coluna, uma roupa bacana nos permite um maior conforto no dia a dia. Qual o problema, então, em “consumir”, “comprar” e “possuir” esses objetos? O que há de errado em ter um sonho de consumo e mobilizar todas as forças para alcançá-lo?</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Na minha avaliação, a armadilha do consumismo está na inversão de papéis entre os seres humanos e as coisas. Originalmente, as coisas foram e são criadas para servirem aos homens, mas na atualidade o que se observa é o contrário: nós estamos nos tornando escravos dos nossos bens materiais. Trata-se de um processo no qual as coisas são humanizadas e os homens são coisificados. Há alguns dias atrás, fiquei sabendo de um interessante caso: um jovem trabalhador comprou um carro e, por ter o orçamento apertado, agora vive fazendo “bicos” para conseguir manter a manutenção do automóvel. O carro não serve ao rapaz, mas é o rapaz que serve ao carro. Para além desse caso, ainda há os incontáveis casos de pais de família que deixam de comprar o leite das crianças a fim de garantir a gasolina do “possante”.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Se o moderno aparelho celular cai e se quebra, intermináveis lágrimas saem dos olhos. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Oh não, ainda faltam onze prestações...</i>, pensa o infeliz e endividado dono. Se a criança estraga a maravilhosa TV de plasma da família, o pai quase amputa as mãos do filho ou da filha. A “mercadoria” é o centro de tudo, o ser humano não é mais tão importante assim, as relações humanas estão reificadas, Marx foi perspicaz em sua análise da sociedade capitalista...</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">O que fazer dentro deste cenário? Precisamos viver, e de preferência com uma boa qualidade de vida. As invenções do mundo moderno são úteis e as pessoas devem ter o direito de possuí-las. Todavia, é preciso estar atento aos mecanismos de controle e dominação que estão escondidos por trás da farra do consumismo. Temos que tomar consciência de que as coisas que compramos são literalmente “coisas”, meros objetos que foram feitos para serem usados por nós, e não o contrário. É urgente lembrar que o que é realmente importante são as pessoas, e não as coisas. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Deixemos o exagero do consumismo de lado. Lutemos contra a reificação das relações humanas e instauremos, no seu lugar, a solidariedade e a cooperação entre os homens. Obstáculos nesta empreitada? Muitos, ainda mais quando estamos em um país onde a educação pouco tem contribuído para a emancipação intelectual dos nossos jovens, no sentido da conscientização quanto aos mecanismos de dominação e exploração da maioria pela minoria. Porém, esse é um desafio a ser enfrentado e, se quisermos um mundo melhor, não devemos fugir dele.</div>Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-36504421962317608542011-10-07T12:00:00.000-03:002011-10-07T12:00:47.129-03:00Crescer sem pai<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Eu era ainda muito novo quando meu pai morreu. Ele se foi no dia 9 de agosto de 1990, alguns dias antes de eu completar dois anos de idade. Muitas pessoas me perguntam sobre como é não ter conhecido meu pai. Eu não me importo quando os outros me indagam sobre o assunto, mesmo porque de vez em quando eu também reflito sobre isso. Quando converso com alguém sobre esse tema geralmente ouço coisas do tipo “Ah, mas foi ‘melhor’ seu pai ter morrido quando você era bem pequeno, assim você não sofreu quando ele faleceu. E se tiver sofrido, você também nem se lembra, não é mesmo?”. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Devo admitir que há um pouco de verdade em falas como essa, e confesso que, ao ver o sofrimento de amigos meus quando perderam os seus respectivos pais, muitas vezes eu me senti um “privilegiado” por ter sido dispensado da tristeza de ver e de lembrar da morte do meu pai. Mas o fato de eu não ter passado por esse sofrimento não significa que eu nunca sofri com a perda precoce do meu genitor. Desde cedo eu tive que aprender o significado da morte, fui apresentado ao fato de que a vida humana é frágil, aprendi que a qualquer momento podemos ser arrebatados deste mundo, sem chance de nos despedirmos daqueles que amamos. Não tive o meu pai comigo para me ensinar a jogar bola, a andar de bicicleta, a subir em árvores, a dirigir, a conquistar as meninas etc. Eu tive que aprender sozinho a fazer um monte de coisas, outras eu confesso que nem aprendi ainda... </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">A pior parte de ter crescido sem pai foi durante a época da escola, quando eu ainda era um garotinho. Todos os anos quando se aproximava o Dia dos Pais, as professoras pediam aos alunos que escrevessem cartinhas cheias de “Eu te amo papai”, repletas de desenhos coloridos. Para não me sentir excluído, eu sempre acabava fazendo o que me pediam. Algumas vezes, porém, eu dava um “jeitinho” e, ao invés de escrever para o meu pai, escrevia para a minha mãe, que sempre foi pai e mãe para mim, ou para o meu avô materno, a maior e melhor referência como homem que Deus me deu.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Alguns rapazes que crescem sem pai perdem-se e ficam revoltados com a vida. Quanto a mim, acho que me adaptei bem ao longo dos anos, aprendi a lidar com o fato. Nunca usei a minha condição de órfão para bancar o coitadinho, por mais que muitas pessoas demonstrassem pena de mim quando descobriam que eu não havia conhecido meu pai. Desde cedo preferi encarar a minha orfandade como um recado de Deus: “Olha aqui, Rodrigo, você não tem pai, por isso você vai ter que se virar. Não fique esperando as coisas caírem do céu, ninguém o dará nada. Se quiser algo, não fique reclamando da vida e mendigando aos outros, procure estudar, trabalhar, ser honesto e correr atrás, até conseguir”.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Falando assim pode até parecer que não sinto falta de ter um pai, o que não é verdade, pois às vezes eu sinto sim. Não posso negar que cresci com esse vazio dentro de mim. O mais interessante disso tudo é que, vez ou outra, eu sonho com o meu pai. É um pouco estranho quando isso acontece porque, nesses sonhos, ele e eu nunca conversamos muito e raramente nos abraçamos. Quando sonho com ele, estamos quase sempre em um lugar tranquilo, onde ele me olha com um olhar carinhoso, mas me diz poucas palavras. Outras vezes ainda ele fica completamente calado, acho que ele não precisa me dizer nada para me dar conselhos, sua imagem já me diz tudo: se me olha carinhosamente e me dá um leve sorriso, sei que está orgulhoso de mim por algum motivo, se me olha de forma mais dura, sei que está, possivelmente, desapontado comigo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Eu não fico triste com o meu pai por ele conversar pouco comigo e por não me abraçar muito nos meus sonhos. Acredito que meus sonhos são assim porque eu não o conheci e, portanto, não me lembro dele. Não conheço muitos detalhes a seu respeito: não sei como era sua voz, o seu jeito de andar, a forma de sorrir, o calor dos seus abraços, como era o seu perfume etc. A imagem que tenho dele é a mesma que está nas fotografias antigas, nos meus sonhos a aparência dele nunca muda, meu pai nunca envelhece. É sempre uma imagem que está ali para eu apenas olhar e tentar compreender o que ele me diz com o seu silêncio...</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Penso muito nos meus amigos que, ao longo de suas vidas, perderam seus pais. Eles choraram e sofreram, e acredito que muitos ainda choram e sofrem às vezes. Não passei pela mesma dor deles, e isso me conforta um pouco. Mas confesso que sinto uma pontinha de inveja deles porque, apesar da dor, eles possuem algo que eu nunca vou poder ter do meu pai: a lembrança. Eles conseguem se lembrar dos rostos dos seus pais, dos bons momentos que tiveram, dos abraços, dos sorrisos, dos perfumes e até mesmo das crises e das brigas. Meus amigos têm garantido o direito à lembrança e, por isso, podem sentir saudade dos seus pais. “Saudade”, sentimento ambíguo esse que, por um lado, nos dá um aperto e uma dor no coração por causa da ausência de alguém que já se foi, mas que, por outro lado, nos alivia a alma por meio da lembrança, a lembrança que nos permite sentir que aqueles que partiram ainda estão conosco.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Crescer sem pai desde os anos iniciais da vida significa sempre sentir falta de um pai, mas ser impossibilitado de sentir saudade do próprio pai, exatamente pela inexistência da lembrança. Contudo, eu não fico me queixando pelo fato de meu pai ter morrido, prefiro sim tocar a vida em frente, acreditando que Deus sempre faz a coisa certa. A única coisa da qual eu me queixo às vezes é pelo fato de eu não ter tido tempo de conhecer meu pai, porque dessa forma eu pelo menos poderia sentir sua presença de forma mais intensa, por meio da lembrança. Em suma, é isto: eu só queria ter conhecido meu pai para poder sentir saudade.</div>Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2897949708509725144.post-60287029896667188602011-09-21T16:09:00.001-03:002011-09-21T16:12:15.755-03:00A história de uma "pérola" do rock<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Há quem diga que o bom e velho rock and roll está morto. E quando vejo um grupo como o Restart ser indicado ao MTV EMA 2011, eu mesmo me pergunto se o rock já não morreu. Se há alguns anos atrás tínhamos várias boas bandas de rock surgindo, nos últimos anos, porém, garimpar um grupo de roqueiros que mereça ser ouvido tem sido tarefa difícil. É verdade que a internet nos auxilia na tarefa de encontrar novas bandas, mas, cá entre nós, boa parte das grandes bandas de rock que temos hoje já surgiu há mais de dez ou quinze anos. As últimas grandes febres musicais desse início de século XXI foram provocadas, basicamente, por artistas ligados ao pop. Este século ainda não viu o surgimento de seus próprios Beatles, Rolling Stones, The Doors, Pink Floyd, Led Zeppelin, AC/DC, U2 etc.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Mas nem sempre foi assim. O período entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990 foi marcado pelo surgimento de várias bandas de rock, e de boa qualidade. Bandas que chegaram ao estrelato, que fizeram um enorme sucesso, conquistaram a indústria, e o que é melhor: tudo isso sem abrir mão de autenticidade, identidade própria, atitude e letras bem escritas. Um bom exemplo disso pode ser visto no documentário <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Pearl Jam Twenty </b>(2011, EUA), dirigido por Cameron Crowe. Como o próprio nome indica, o filme conta a história de uma das mais bem sucedidas bandas oriundas de Seattle, à época do grunge: o Pearl Jam.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">O início do filme nos conta sobre o Mother Love Bone, banda que deu origem ao Pearl Jam. Vemos na tela a história da morte de Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone, que já é, logo de cara, uma das sequências mais emocionantes de todo o documentário (o depoimento de Chris Cornell sobre o impacto da morte de Wood é um dos mais tocantes de todo o filme). Seguindo a ordem cronológica dos fatos, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Pearl Jam Twenty </b>nos conta como os remanescentes do Mother Love Bone (Stone Gossard e Jeff Ament) se juntaram a Mike McCready, Dave Krusen e Eddie Vedder, para formar a banda.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">A partir daí Cameron Crowe oferece ao espectador diversas sequências de shows do Pearl Jam ao longo das últimas duas décadas, imagens raras de arquivos e depoimentos antigos e recentes dos integrantes da banda. O documentário mostra as histórias da briga entre o Pearl Jam e a Ticketmaster, da “rixa” entre Vedder e Kurt Cobain, vocalista do Nirvana, de como a banda atravessou os anos tendo que lidar com os interesses econômicos da indústria, interesses nem sempre compatíveis com os desejos artísticos do grupo, da tragédia no festival dinamarquês de Roskilde em 2000, quando nove pessoas morreram pisoteadas em um show da banda, e das trocas de bateristas (de Krusen ao atual Matt Cameron, passando por Matt Chamberlain, Dave Abbruzzese e Jack Irons).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">O mérito de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Pearl Jam Twenty </b>é sua capacidade de agradar não só aos fãs da banda, mas também a todos os que gostam de um bom e velho rock and roll. De fato, o filme nos instiga a pensar sobre a trajetória desse estilo musical ao longo dos últimos anos. O Pearl Jam em seus anos iniciais é mostrado com todo o seu vigor e atitude frente ao modelo capitalista da indústria musical, especialmente por meio de fantásticas imagens de um jovem Eddie Vedder, em início de carreira, dando shows completamente bêbado e enlouquecido, escalando as estruturas metálicas dos palcos e se jogando na plateia. Ao longo do filme vemos o quão complexa é a história da banda que, apesar das críticas ao sistema, construiu sua trajetória dentro do sistema, mesclando uma identidade musical própria a um inquestionável bom desempenho comercial.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">Também vemos na tela o processo natural de envelhecimento de uma banda de rock, Vedder não faz mais as loucuras do início da carreira. Aqui o filme <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Pearl Jam Twenty </b>nos mostra que esse “envelhecimento” da banda veio acompanhado de transformações no seio da indústria fonográfica, com o pop ocupando cada vez mais um espaço maior na mídia, sendo emblemáticas, nesse sentido, as imagens dos Backstreet Boys e de Britney Spears estampadas em capas de revistas. Muita coisa mudou no mundo da música desde a época do surgimento do Pearl Jam até os dias atuais. Porém, ao fim do filme, vemos imagens recentes da banda e de seus shows, imagens que nos mostram que aquela boa e velha energia do rock ainda está viva, mesmo em um contexto histórico não muito favorável. Não, o rock ainda não morreu... <i>Oh I, oh, I</i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">’m</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: 16px;"><i> still alive!!!</i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Pearl Jam Twenty </b>é um documentário belíssimo, muito bem montado e produzido. Por meio de vários depoimentos e de belas imagens, as histórias de uma grande banda de rock são contadas de maneira intensa e inteligente. Quanto à trilha sonora, esta dispensa comentários, uma vez que é composta por algumas das melhores canções do Pearl Jam, canções que mostram o porquê de a banda ser uma das “pérolas” que restaram da época do grunge. Só é lamentável o fato de esse documentário ter tido uma limitada exibição nos cinemas brasileiros. Posto isso, resta-nos aguardar o lançamento do filme em DVD, o que será um verdadeiro presente, tanto para os fãs que não puderam assistir ao documentário nos cinemas, quanto para os que puderam. Afinal de contas, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Pearl Jam Twenty </b>é um filme que os fãs de rock precisam ter em casa!</div>Rodrigo Francisco Diashttp://www.blogger.com/profile/07754321532239590325noreply@blogger.com0